sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Catástrofe ambiental no Rio Paraíba do Sul impede a Piracema.

Mais uma vez o Rio Paraíba do Sul é atingido pela inconseqüência das grandes empresas. Em 2003 um grave derramamento de mais de 1 bilhão de litros de resíduos tóxicos de uma indústria em Cataguases no leito do Rio Pomba, afluente do rio Paraíba do Sul, causou enormes prejuízos ambientais. Desta vez a catástrofe se deu no leito do rio Pirapitinga, também afluente do rio Paraíba do Sul, e seus reflexos já são observados na região Noroeste Fluminense.

8.000 litros de endosulfan – inseticida altamente tóxico - foram derramados no rio Pirapitinga, próximo ao município de Resende, na última terça-feira, dia 18. Apenas 3 dias após o derramamento, os reflexos do acidente já puderam ser percebidos nas proximidades de Volta Redonda, com a ocorrência de capivaras e espécies de peixes mortas pelo envenenamento ocasionado pelo produto tóxico. Em Itaocara uma grande variedade de espécies de peixes foi encontrada sem vida ou quase mortas, pelos pescadores artesanais locais e pela comunidade ribeirinha. O abastecimento d'água foi interrompido pela CEDAE na madrugada do dia 24.

A FEEMA e Comissão Estadual de Controle Ambiental – CECA já foram mobilizadas e afirmaram que o acidente não foi comunicado pela empresa Servatis no momento da sua ocorrência. A empresa Servatis, responsável pela catástrofe, presta serviços para os segmentos de especialidades químicas e agro-químicos, incluindo sínteses e formulações. Segundo o Jornal O Globo de 21 de novembro de 2008, a ingestão do endosulfan pode causar doenças irreversíveis como, por exemplo, o câncer.
O acontecido foi fatal para pelo menos 19 espécies de peixes, deixando a comunidade indignada e comprometendo cerca de 1700 pescadores artesanais da região. O que é mais revoltante é que diversas espécies de peixes (dourado, curimatã, piau-branco etc), estavam na época da piracema e desovariam nos próximos 20 a 30 dias. Fatalmente o rio terá um baixo recrutamento para os próximos anos. Segundo o biólogo Guilherme de Souza, diretor técnico do Projeto Piabanha, a carga tóxica do inseticida afetará a ictiofauna do Paraíba por pelo menos 3 anos. Em 10 anos de trabalho, o Projeto Piabanha nunca viu uma situação tão dramática. O poder público já foi acionado e a Associação dos Pescadores de Campos quer uma audiência com o Ministro Carlos Minc.

Clique aqui para ler a nota enviada pela assessoria de comunicação da SEA (Secretaria de Estado do Ambiente)à respeito da Catástrofe.